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sábado, 14 de abril de 2012

Ferida

No olhar vazio daquela face discreta,
Escondem-se desejos que à ninguém revela.
Adormece no peito onde a ferida secreta,
Se ajusta, camuflagem encoberta.

Evita assim não abrir caminho pro sangue
Quando esta arregaça-se com uma dor ainda maior.

A dor do amor, que faz tanto estrago.
O amor que não tem medida,
Que não é correspondido
Ou por um não é mais sentido.

No olhar vago daquela face discreta,
Nada consigo decifrar,
Eis que há muito estou a encarar
No espelho para além daquele olhar...

Não tenteis, pois não há o que se vê ali,
Aqui.

Não tenteis, pois eu mesmo desisto, hoje um pouco
Amanhã um pouco ainda maior...


4 comentários:

  1. Amor, a valha faca de dois gumes, moeda de duas faces. Sempre assim, ou dói aqui ou por aí. Ou faz sofrer, ou faz sorrir. Continuar ou desistir...

    Belo poema! Para de escrever não...
    Beijos

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  2. Exatamente, Elisa...

    Obrigada, moça. Vou tentar, mas ta complicado.
    Beijos

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  3. Esse amor sem cabimento
    que sempre em nós vai crescendo.

    Flores.

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