Escrevo para ocupar minha mente e ao mesmo tempo, para acalmá-la. Sou tão inútil na vida, tão inútil com as palavras. Escrever não o sei bem. Faço-o por necessidade. Como podes vê tu. O que escrevo é sem futuro. Sem passado, também. É muito provável que, o presente se é duvidoso. Ando perdida no tempo. Aos meus sentimentos, nomes não ousei dar. Nem mesmo sei se os tenho. Alguns até tenho. Em demasia. Outros, me fazem falta. Tenho necessidade de os sentir. Mas eles não me vêm. Assim fico eu, cada vez mais presa dentro de mim. Numa solidão sem tamanho. Tentando encontrar o tempo em que estaquei e me encontrar no que ainda me resta.
Outrora enganava-me uma tal felicidade. Dizia eu possuir. Desmascarei-a e mandei-la embora. Basta-me meus falsos sorrisos, e das pessoas igualmente dissimuladas. Não me satisfaz encher-me de palavras. À elas também, despejo cada parte do meu eu, inquieto. Nutre-me cada linha lida. Sacia-me umas tantas mais, escritas.
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