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sábado, 30 de abril de 2011

Meu Vazio



Tudo que sei é que respiro; e é por isso que ainda estou entre vós. Na verdade entre quatro paredes onde me refugio de um mundo que nada a ver tem comigo. Meu quarto é meu abrigo, nele me sinto vazia. Vazia de amigos que só me querem por querer, de falsos sorrisos que são dados a cada esquina, de vidas que aparentemente perfeitas, insistem numa busca que a lugar algum resultará, pessoas tomadas por glórias que as fazem perder a vergonha na cara, dizem-se saborear uma felicidade que meramente é inventada...  Amo esse vazio. Amo-o por que dessa forma posso preenche-lo com meus pensamentos, com minhas angústias, esse vazio é só meu, não precisa entende-lo, não quero que ninguém me diga que isso não é vida ("eu já sei") e, que dela sobrará apenas escuridão. Metade de mim já é escuro, metade de mim vive e a outra está morrendo aos poucos. Metade de mim sempre será um vazio. Por que o medo que habita em mim é demasiado e profundo, ele se junta com a falta de confiança que tenho nas pessoas e isso me afasta delas; consequentemente me afasta das coisas que dão um certo prazer de viver. Aqui me resta apenas os livros, eles têm sido meus fieis companheiros. Tenho também meus cadernos que aceitam meus desabafos sem escarnecer os meus sentimentos... "Gente gosta de gente, não sabem viver longe uns dos outros." Eu não, gosto mesmo é de ficar só. Me acostumei com a solidão, por que para mim gente gosta mesmo é de grudar em você e depois que se enchem partem satisfeitos, são mesmo é aproveitadores. E cada um que parte é uma ferida no peito...
                                                                                                                                                                                                                           



 Deixem-me só, por favor.



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